O programa Promoção de Saúde Bucal, coordenado pelo Departamento de Odontologia Social e Preventiva (OSP), reúne projetos de quatro departamentos da UFMG: OSP e Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia; Alimentos da Faculdade de Farmácia; e Morfologia do ICB. Ao longo destes anos, este trabalho tem passado por modificações, resultantes na maioria das vezes de reflexões sobre a prática, fundamentadas por novos conhecimentos, com consequência direta nos princípios e métodos utilizados. Em 2022 e 2023, trabalhamos com 7 Projetos, 3 tendo como público alvo comunidades escolares da educação básica: (1) Projeto Escolas saudáveis - PES, (2) Alimentação saudável, (3) Viva sorriso: promoção de saúde; 1 que realiza ações de divulgação científica e atendimento clínico de adolescentes: (4) Promoção de saúde bucal para adolescentes; os projetos (5) Tal mãe, tal filho Promoção de Saúde Bucal para Gestantes e (6) Humanização do Atendimento na Faculdade de Odontologia-UFMG, que apesar de sua interface com o atendimento clínico, atuam na promoção do pré-natal odontológico junto à gestantes e na organização humanizada do atendimento, respectivamente. O 7º projeto, Caravana da Saúde, tem se firmado como informativo, levando a informação em eventos, parques, escolas e instituições filantrópicas sob demanda. O programa conta com a participação, além dos bolsistas e voluntários da graduação, de alunos do PPGO (Mestrado Profissional - MP, mestrado e doutorado em Saúde Coletiva e outras áreas) que algumas vezes cumprem a carga horária da disciplina Estágio Docente ou mesmo realizam o trabalho de dissertação/tese, nos projetos desse programa. Por exemplo, atualmente uma estudante de doutorado e um estudante do MP desenvolvem a tese e dissertação com o tema de Programas de Escolas Promotoras de Saúde, com relação aos custos e modelo operacional da implementação desses programas. Reconhecemos a fundamental importância da inter-relação ensino-pesquisa e extensão na formação profissional e consideramos que estamos evoluindo bem. Com a sistematização da integração ensino-extensão possibilitada pela Formação em Extensão, por meio das iniciativas conjuntas das Pró-Reitorias de Graduação, Extensão e Pós-Graduação, editais nos quais fomos contemplados 4 vezes (FORMEXT e FORMEX-PG), pudemos observar nas atividades teóricas organizadas (seminários, aulas e oficinas) como tem sido o aprendizado dos estudantes da graduação e pós-graduação, o grau de reflexão que demonstraram e a maturidade profissional cidadã, ou seja, o impacto desejado no ensino - profissionais competentes e conscientes. A nossa Formação, disciplina optativa FAO014, ofertada apenas aos estudantes do PES e bolsistas, foi expandida para todos os estudantes vinculados aos projetos do Programa em 2023 como FAO013. A parceria bem-sucedida entre a FAO UFMG e a Universidad de Córdoba (Argentina) deu um impulso ao grupo e gerou ganhos para o ensino, a pesquisa e a extensão, além de intercâmbios de alunos e professores. Tivemos em 2018-2019 uma parceria com uma universidade de Lund (Suécia), inicialmente com um trabalho de pesquisa, voltado para o conhecimento e reconhecimento de comunidades onde atuamos. Em 2019, iniciamos outra parceria internacional com o professor fundador da Affordable Health Initiative, Reino Unido, relacionado diretamente ao PES. Este poderá ser um aditivo para nossas pretensões de relação dialógica com a sociedade, o impacto social de nossos projetos e a possibilidade de estimular as transformações necessárias (descrito no SIEX do PES). É um aspecto muito positivo deste Programa, a possibilidade de contar com estudantes a partir do 1º semestre dos cursos.
Objetivo geral:
Possibilitar ao acadêmico de odontologia um contato maior com a realidade de vida e saúde da população de Belo Horizonte, desenvolvendo a capacidade crítica que o leve a ser um agente transformador.
Objetivos específicos:
Objetivos
1- Trabalhar a integralidade da atenção, sem a dicotomia entre boca-corpo-vida ou prevenção-cura, buscando-se sempre a completa atenção à população-alvo;
2- Possibilitar a integração ensino/ pesquisa/ extensão;
3- Produzir impacto positivo na saúde da população.
Metodologia:
O Programa reinicia sempre em março, com a reunião introdutória, já que sempre novos estudantes são incorporados aos projetos, como voluntários. Nessa oportunidade eles conhecem o Programa, os projetos e junto com os orientadores e bolsistas, elaboram o plano de abordagem específico, com base nos resultados do ano anterior. Para os projetos integrados ao atendimento clinico é reforçada a ideia de quem estão atendendo numa perspectiva da clínica do sujeito (clínica ampliada). Para as ações coletivas, temos procurado descontruir a ideia da competência única do profissional, e as ações deverão ser discutidas com os atores de cada local. A ideia de que somos facilitadores e não planejamos para outros executarem tem sido forte nestas atividades. Cada projeto deverá ter os bolsistas, que trabalharão com voluntários, em número suficiente para o que for planejado e com vistas à organização pretendida. Solicitamos para o ano de 2024, 8 bolsas, considerando que os projetos tem ampliado suas ações e em função do grande número de estudantes voluntários que se organizam sempre em grupos com pelo menos um monitor. Este número nos permitirá trabalhar com um bolsista, em cada projeto, e um bolsista para participar das atividades de integração entre os projetos do Programa. Com vistas à fundamentação teórica, temos as atividades da formação em extensão, seminários e reuniões mensais. O programa tem contemplado todas as diretrizes da extensão: 1) a relação dialógica com a sociedade por meio de atividades com as comunidades com quem trabalhamos, sem planejamentos prévios, mas respeitando as demandas; 2) a intersetorialidade, com as áreas de educação e serviços públicos de saúde, prioritariamente, com base em políticas atuais; 3) a interprofissionalidade, quando, além da integração com a educação, temos aumentado nossos espaços como a Faculdade de Farmácia, o ICB, o CP e a FAE (assessoria), com integração do planejamento à avaliação; 4) o impacto para a comunidade e 5) o impacto na formação cidadã dos acadêmicos. Para os atendimentos individuais: o estudante deve estudar o caso, planejar, discutir com o orientador, sempre considerando a integralidade humanizada. Deve existir nesta relação uma corresponsabilidade e isso é intensamente discutido. Isso também é feito quando a atividade é coletiva, onde os estudantes se organizam em grupos, distribuindo as ações em cada local de atuação. Todas as atividades são discutidas com os professores. Esse é um dos momentos onde é possível estimular a reflexão crítica. Como as escolas se inserem em comunidades com diferentes níveis de vulnerabilidade social e qualidade de vida, a discussão sobre determinação social sempre acontece. Todas as ações estão especificadas nos SIEX dos projetos. Ampliamos as vagas, conforme solicitação da PROEX e temos trabalhado majoritariamente em atividades presenciais com o uso das tecnologias de comunicação como facilitadoras.
Indicadores de avaliação:
As avaliações por grupos de trabalho são feitas mensalmente, como já é rotina, em reunião agendada e casos isolados são tratados individualmente. A avaliação com os pacientes atendidos e locais envolvidos foi discutida e vem sendo implementada bem como a proposta para avaliação de impacto de Projetos e Programas, em andamento. A participação de estudantes da pós-graduação inseridos nas ações, tem possibilitado este crescimento.
Uma nova estratégia proposta foi a criação de uma conta do Programa no Instagram®, em consonância com a Política de Divulgação Científica da UFMG (Resolução nº 02/2021, de 27 de maio de 2021). Espera-se que essa estratégia, contribua com a divulgação científica das atividades realizadas no âmbito dos projetos promovendo o diálogo com a comunidade não acadêmica e o compartilhamento do conhecimento gerado na universidade. Utilizaremos os recursos da rede social, como engajamento de usuários e métricas no processo de avaliação.
Estudantes membros da equipe
Plano de atividades:
As atividades do Programa serão fortalecidas teoricamente por meio de reuniões/seminários de avaliação, planejamento e discussões, já planejadas pelos projetos. Assim, a primeira reunião do ano, onde se discute o marco teórico do programa, é conjunta, para todos os participantes. Ao longo do ano estão ainda previstos dois momentos teóricos conjuntos, um no meio e outro no final do ano letivo. Os temas são definidos a partir das avaliações feitas anteriormente.
No segundo semestre de 2019, foi realizada a Mostra do Programa Promoção de Saúde, onde toda a Comunidade da Faculdade poder ver o que estávamos fazendo, por meio de espaços organizados no Hall da Faculdade. Dirigido a professores, estudantes, funcionários e pacientes, teve como objetivo apresentar as atividades e resultados de cada projeto. Pretende-se realizar o evento novamente no futuro.
Visando potencializar a integração e a divulgação das atividades dos projetos, em 2022 foi reativado um grupo dos bolsistas no WhatsApp® e criada uma conta do Programa no Instagram®. Dessa forma, os bolsistas tem se comunicado periodicamente, compartilhado informações e produzido conteúdo para a alimentação da rede social. Os coordenadores de cada projeto são responsáveis pela orientação e validação dos conteúdos produzidos.
Plano de acompanhamento e avaliação:
Os alunos são acompanhados diretamente pelos coordenadores/orientadores de cada projeto. Uma vez por ano todos apresentam as atividades desenvolvidas até aquele momento.
Processo de avaliação:
Cada professor responsável por um projeto avalia seus alunos. A avaliação conjunta é sempre feita nas reuniões e seminários, quando os alunos apresentam suas atividades. Esta tem sido uma preocupação do grupo e tem sido feito investimento nesta área.
Informações específicas
Articulado com política pública:
Sim
Vínculo com Ensino:
Sim
Vínculo com Pesquisa:
Sim
Informações adicionais
Informações adicionais:
Argumentos teóricos
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saude. departamento de Gestão da Educação na Saude. A educação que produz saúde. Brasilia: Ministério da Saúde, 2005
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde na escola / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 96 p. (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Cadernos de Atenção Básica n. 24).
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. 3. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao_saude_3ed.pdf.
4. FERREIRA, E. F. e cols. Promoção da saúde na escola: diálogos da saúde com a educação. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2012. 32 p.: il. (Promoção da saúde na escola; v.1).