O projeto visa atender a demanda de profissionais da voz com disfonia comportamental em estágio inicial, encaminhados para o Ambulatório de Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, e profissionais da comunidade acadêmica que utilizam intensamente a voz no trabalho. Além disso, pretende articular com o ensino e pesquisa envolvendo os alunos da graduação e pós-graduação do curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Minas Gerais. Estudos científicos mostram uma elevada prevalência de distúrbios de voz (disfonia) entre profissionais que necessitam do uso da voz para o exercício de seu trabalho. Professores, atendentes de telemarketing, dentre outros, apresentam condições, necessidades e exigências cotidianas e profissionais diferentes, apresentando um maior risco de apresentarem problemas vocais em algum momento de suas carreiras. A presença de disfonia comportamental, comum nestes casos, indica ausência de doença laríngea estrutural ou neurológica. As causas são multifatoriais e podem envolver problemas de técnica vocal e uso intensivo da voz em condições de trabalho nem sempre satisfatórias. O tempo de intervenção fonaudiológica ainda é indefinido. Recentemente, foi descrito no Brasil, a efetividade de um programa de exercícios denominado Programa Integral de Reabilitação Vocal (Behlau et al., 2013), baseado na tradição terapêutica brasileira sintomática com foco holístico, que possibilita a aplicação em grupos específicos visando o aperfeiçoamento da voz profissional. Os grupos permitem aos seus integrantes a partilha do processo vocal de si e dos outros, propiciando um espaço de negociação e emergência de condições de exploração, vivência e mudanças da voz de cada um. É necessário respeitar as necessidades, limites e potencialidades de cada participante.
Objetivo geral:
Propiciar a melhora da qualidade de vida dos profissionais da voz nos aspectos relacionados à qualidade vocal, ao comportamento vocal profissional e não profissional, à higiene vocal e à promoção do melhor padrão vocal e laríngeo possível.
Objetivos específicos:
Objetivos
Orientar sobre a produção vocal, cuidados com a voz, psicodinâmica vocal e exercícios vocais.
Reduzir a limitação vocal e melhorar a qualidade de vida nos aspectos relacionados à voz.
Treinar os alunos para a realização do programa de intervenção e incentivá-los no desenvolvimento de pesquisas.
Avaliar os participantes no momento pré e pós intervenção fonoaudiológica.
Verificar a efetividade do programa na presença de disfonia comportamental
Metodologia:
Local: Ambulatório de Fonoaudiologia do HC/UFMG
Por meio da avaliação médica e fonoaudiológica serão selecionados os profissionais da voz com disfonia comportamental, sem lesão laríngea, com presença de sintomas vocais e idade entre 18 e 50 anos. Serão excluídos os indivíduos com outro tipo de distúrbio de voz, fala ou linguagem, lesões malignas ou pré-malignas, distúrbios hormonais, papiloma laríngeo, casos pós-cirurgias oncológicas de laringe, disfonias psicogênicas, psiquiátricas ou espasmódicas; profissionais da voz cantada e profissionais com histórico de diagnóstico de problemas neurológicos ou quadro agudo laríngeo recente. Todos os participantes serão avaliação pré e pós intervenção fonoaudiologia. Será adotado o Programa Integral de Reabilitação Vocal proposto por Behlau et al. (2013). O programa de intervenção será constituído de seis semanas com duração de 40 minutos cada sessão. A intervenção será realizada em grupos, o mais homogêneos possíveis, compostos por 3 participantes. Serão formados em média 5 grupos concomitantes que serão conduzidos pelos alunos.
Indicadores de avaliação:
Supervisão e acompanhamento dos atendimentos realizados pelos alunos
Avaliação individual dos participantes para verificar a efetividade do projeto.
Estudantes membros da equipe
Plano de atividades:
Alunos do 1º ao 5º períodos voluntários, com o objetivo de observar e acompanhar os atendimentos; alunos do 6º período matriculados, atuando no processo terapêutico; prestadores de serviços e alunos da pós-graduação voluntários; uma aluna bolsista. Os alunos e prestadores voluntários, e a aluna bolsista realizarão as seguintes atividades: participação de reuniões, organização e execução da divulgação do projeto, capacitação para a realização do programa de reabilitação, atendimento clínico individual e em grupo, preparação do material a ser utilizado na terapia, organização dos prontuários e discussão dos casos. Apresentação dos resultados em eventos de extensão e científicos.
Plano de acompanhamento e avaliação:
Reuniões semanais com os alunos: uma vez por semana. Supervisão dos atendimentos dos alunos e discussão dos casos. Planejamento das ações para divulgar o projeto para os alunos e funcionários da UFMG e professores da prefeitura de Belo Horizonte.
Processo de avaliação:
Os estudantes serão avaliados quanto a frequência e desempenho das atividades previstas. O participantes atendidos terão oportunidade ao final do programa de fazerem um avaliação do processo, identificando aspectos positivos, negativos e sugestões.
