Atualmente, estão catalogados 2.659 sorotipos do gênero Salmonella os quais são identificados pela combinação de provas sorológicas e bioquímicas. As salmoneloses aviárias são enfermidades provocadas por alguns deles. Mesmo sendo estudadas e conhecidas há vários anos, ainda causam prejuízos econômicos para o setor avícola em várias regiões do mundo, inclusive no Brasil. Além das perdas provocadas por mortalidade, piora de índices zootécnicos, eutanásia de plantéis avícolas de aves reprodutoras, gastos com medicamentos e vacinas, as salmoneloses geram restrições para o comércio internacional de produtos alimentícios, uma vez que alguns sorotipos podem contaminar a carne, ovos e derivados e provocar infecção alimentar em humanos. Diante do exposto, o projeto “DIAGNÓSTICO E CONTROLE DAS SALMONELOSES AVIÁRIAS” visa oferecer à cadeia avícola, uma opção de qualidade, para o Diagnóstico, Investigação Epidemiológica, Consultoria Técnico-científica e Avaliação e Desenvolvimento de produtos para controle das Salmoneloses Aviárias, através da disponibilização de recursos técnico-laboratoriais e recursos humanos especializados do Laboratório de Doença das Aves (LabAves) e do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais. Desta forma, estaremos contribuindo para a promoção da saúde avícola e humana, além de auxiliar no desenvolvimento da avicultura brasileira.
Objetivo geral:
Auxiliar a cadeia avícola na melhoria do controle das salmoneloses aviárias..
Objetivos específicos:
Objetivos
Prover diagnóstico especializado de Salmonella spp. e de sorotipos de controle oficial;
-Auxiliar na investigação epidemiológica da presença de Salmonella spp. nos setores produtivos, incluindo granjas de produção e reprodução, incubatórios, fábricas de ração e abatedouros;
-Oferecer palestras educativas para produtores das cooperativas, associações ou empresas do setor avícola abordando conceitos de biosseguridade, sinais clínicos, epidemiologia e controle das salmoneloses aviárias;
-Realizar o desenvolvimento e avaliação de produtos comerciais destinados ao controle das salmoneloses aviárias por meio de testes in vivo e in vitro;
-Formar, atualizar e capacitar alunos de graduação, pós-graduação e técnicos no diagnóstico, prevenção e controle das salmoneloses aviárias;
- Formar, atualizar e capacitar alunos de graduação, pós-graduação e técnicos em métodos para avaliação da eficácia de produtos destinados ao controle das salmoneloses aviárias;
-Fortalecer o papel da UFMG no setor avícola, colaborando com ações diretas e indiretas para melhorar a qualidade sanitária dos plantéis avícolas, bem como da carne e ovos produzidos no país.
Metodologia:
O projeto possui equipe técnica altamente qualificada e contará com equipamentos e instalações adequadas que darão suporte às análises. As atividades a serem realizadas no projeto incluem:
Isolamento de Salmonella spp.
Detecção de Salmonella spp. em amostras diversas será realizada por métodos bacteriológicos tradicionais ou moleculares.
Considerando bacteriologia convencional, ao chegar ao laboratório, os recipientes refrigerados contendo as amostras em água peptonada tamponada a 1% serão deixados à temperatura ambiente por uma hora. Após esse procedimento, serão incubados por 24 horas a 37ºC. Em seguida, alíquotas de 1,0 mL desta solução serão transferidas para tubos contendo 10 mL dos caldos de enriquecimento Selenito -Novabiocina (SN) e caldo Tetrationato - Novobiocina (TN) e 0,1mL para o caldo Rappaport - Vassiliadis (RV). Os caldos serão incubados a 37º C por 24 horas (DAVIES & WRAY, 1994).
Posteriormente, cada caldo será semeado em três meios de cultivo em placa, que são: ágar Verde Brilhante (VB), ágar de MacConkey (MC) e ágar XLT4. Todas as placas serão incubadas por 24 horas a 37º C (DAVIES & WRAY, 1994). De cada placa, colônias sugestivas de pertencer ao gênero Salmonella serão inoculadas em tubos contendo ágar tríplice açúcar ferro (TSI) inclinado e ágar lisina ferro (LIA) inclinado, que serão incubados a 37°C por 24h. Aquelas colônias que apresentarem resultados considerados sugestivos para Salmonella no TSI e no LIA, serão submetidas ao teste de aglutinação em lâmina. Para esse teste serão utilizados os soros polivalentes anti-Salmonella somático (O) e anti-Salmonella flagelar (H). As colônias que tiverem resultados positivos nos testes de aglutinação serão inoculadas em ágar nutriente, incubadas a 37°C por 24h e posteriormente, encaminhadas para o Instituto Adolfo Lutz da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo na cidade de São Paulo, para tipificação.
Poderá ser adotada a amplificação do gene invA para triagem do gênero Salmonella spp., aliado ao MLST (multilocus sequencing typing) ou WGS (whole Genome sequencing) para genotipagem dos isolados, seguindo as metodologias recomendadas pelo EnteroBase (https://enterobase.warwick.ac.uk/species/index/senterica) e pelo US – Food & Drug Adiministration (https://www.fda.gov/food/foodscienceresearch/wholegenomesequencingprogramwgs/ucm363134.htm), respectivamente.
Teste de susceptibilidade antimicrobiana
Antibiograma dos isolados
O método de disco-difusão de Kirby-Bauer será utilizado para a realização do teste de detecção fenotípica de resistência, segundo o Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI, 2015).
Ensaios in vivo
Todos os experimentos envolvendo aves serão previamente submetidos à Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da UFMG. Os ensaios in vivo seguirão o modelo adotado por FREITAS NETO et al. (2007).
Indicadores de avaliação:
Ao final do período de vigência do projeto será elaborado relatório final das atividades realizadas que serão apresentados à Câmara Departamental.
Estudantes membros da equipe
Plano de atividades:
Conforme a necessidade, poderá ocorrer a seleção de bolsista(s). Os bolsistas envolvidos no projeto auxiliarão os professores e técnicos administrativos na execução de análises laboratoriais para diagnóstico e caracterização de Salmonella spp. em amostras enviadas ao LabAves, na organização de eventos e palestras e na aviação de produtos comerciais para o controle de Salmonella spp.
Plano de acompanhamento e avaliação:
Acompanhamento sistemático das atividades e frequência (planilha) do bolsista;
Orientação e supervisão direta na execução das atividades prevista no plano de atividades.
Processo de avaliação: O bolsista será avaliado pelo seu relacionamento com os demais membros da equipe do laboratório, bem como por sua presteza na execução das atividades e qualidade das atividades executadas. Esta avaliação ocorrerá por meio de reunião semanal com a coordenação do projeto.
Informações específicas
Articulado com política pública:
Não
Vínculo com Ensino:
Sim
Vínculo com Pesquisa:
Sim
Informações adicionais
Informações adicionais:
O gerenciamento financeiro ficará a cargo da Fundação de Estudo e Pesquisa e Extensão (FEPE) e acompanhamento pela Coordenação do Projeto. A FEPE providenciará nota fiscal e cobrança bancária para pagamento.
A carga horária dedicada ao projeto pela equipe coordenadora será compatível com o estabelecido nas normas vigentes da UFMG para execução de atividades de extensão.