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Projeto - 404436 - AÇÕES COM OS ANIMAIS PARA A PROMOÇÃO DE SAÚDE ÚNICA EM TERRITÓRIOS TRADICIONAIS

Descrição
 
Introdução e justificativa:
O povo Xakriabá se encontra na região Norte do estado de Minas Gerais, próximo ao Rio São Francisco. A região possui o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de Minas, 0,529, segundo a última medição do IBGE, que é de 2010. É um povo que enfrenta longas lutas para demarcação de suas terras, desde a colonização do Brasil. Atualmente, contam com um terço do total da sua área original que abriga no total mais de 11 mil indígenas.
Em relação à Assistência veterinária para cães e gatos e o controle de zoonoses no município, constatou-se que não existe Médico Veterinário compondo a equipe de saúde no município. Foi realizado um inquérito canino sobre a Leishmaniose Visceral Canina, nos anos de 2017 e 2018, para medir a prevalência da doença, no qual foram testadas 457 amostras, com um percentual de 61% (266 amostras) de positividade, confirmadas pelo exame de ELISA. Com relação aos casos humanos, foi verificado que o município de São João das Missões e as aldeias tiveram 56 casos notificados de Leishmaniose Humana no mesmo período. Entretanto, nada foi feito como medida de controle e prevenção da doença, faltam estruturas e insumos, além de profissionais capacitados para atuar nos procedimentos de acordo com as normas do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). Ademais, a logística para entrada na terra indígena Xakriabá e a falta de estrutura para isolamento de cães positivos, enquanto aguardam o resultado confirmatório do exame ELISA, contribuem para o aumento de casos humanos e animais.
A partir da contextualização, determina-se a necessidade de realizar uma intervenção para promover saúde no território, com enfoque no controle da leishmaniose, educação em saúde e capacitação de profissionais. A falta de saneamento básico, as condições de moradia, a falta de comida, dentre outros problemas que os Xakriabás enfrentam, além das consequências da pandemia, sugerem que é necessária a execução de programas de assistência não só as pessoas, mas também aos animais e ao ambiente dessas comunidades. Devido à crise econômica que o município enfrenta é vital importância de busca de parcerias e recursos na execução dessas ações.
 
Objetivo geral:
Possibilitar a troca de saberes a partir das práticas integradas em educação humanitária e avaliar o comportamento e saúde de animais domésticos e os impactos da distribuição destes animais no comportamento de animais silvestres de vida livre em aldeias indígenas Xakriabás, localizadas no Norte do estado de Minas Gerais.
 
Objetivos específicos:
  Objetivos
- Associar os dados encontrados referentes aos animais com as variáveis ambientais, de uso espacial e condições de saúde nos territórios indígenas estudados;
- Avaliar a diversidade e abundância da fauna silvestre;
- Avaliar a presença de agentes patogênicos em cães e gatos em comunidades indígenas;
- Coletar e tabular os dados dos incidentes com a fauna doméstica e silvestre em territórios indígenas;
- Associar os casos registrados de ocorrência com fatores de influência antrópica e relativos ao bem-estar de animais de vida livre;
- Avaliar a presença de segregação espacial e temporal entre a fauna silvestre e doméstica estudada;
- Avaliar a percepção da população indígena sobre os aspectos de bem-estar para a manutenção de cães e gatos sob cuidados humanos perante uma visão de saúde e bem-estar único;
- Possibilitar ações de troca de saberes em práticas integradas de educação humanitária
- Contribuir com as ações de planos de manejo de fauna em populações indígenas.
- Implementar medidas no manejo de zoonoses com foco nas práticas integradas de implementação de coleiras repelentes em cães.
Metodologia:
O Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo (IMVC) em conjunto com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) a partir da demanda de controle de zoonoses do território, está oferecendo um projeto com 4 Médicos Veterinários, do plano de residência da UFMG, mestrado e doutorado, para avaliar clinicamente todos os cães e gatos do município de São João das Missões e das 35 aldeias Xakriabás, durante 4 meses de trabalho. Será realizado um novo Inquérito dos cães para medir a prevalência de Leishmaniose Visceral; encoleiramento dos cães com coleiras repelentes para o flebotomínio (vetor da doença), liberadas pelo Ministério da Saúde, realização de eutanásia de cães positivos no teste rápido (DPP) e confirmado por ELISA e com indicativo para esse procedimento; realização de ações de educação humanitária para a população e capacitação de profissionais de saúde, com foco nos Agentes Indígenas de Saúde e de Saneamento.
A prática de formação de atores de multiplicação do conhecimento visa a capacitação dos AIS, AISAN e demais atores envolvidos no processo de educação em saúde única (stakeholders) nas medidas preventivas das principais zoonoses e agravos à saúde que acometem o município, além da avaliação de bem-estar dos animais, propiciando medidas de melhoria em consonância com os aspectos socioculturais das populações indígenas.
Para a implementação das ações de comunicação em saúde, as estratégias utilizadas foram definidas a partir de quatro fases que serão distribuídas ao longo dos meses de ação:

1ª Fase: Definição da Demanda: Após discussões com os representantes da Secretaria Municipal de Saúde e Meio Ambiente do município, entendendo os gargalos enfrentados a nível de saúde única, os temas vão ser discutidos e implementados para as ações locais. Com base em reuniões estabelecidas entre as partes do projeto.

2ª Fase: Negociação: Perante as demandas, realiza-se reuniões e pautas importantes para a definição das melhores estratégias de ações.

3ª Fase: Realização: As definições das práticas serão realizadas no campo a partir do cronograma estabelecido posteriormente.

4ª Fase: Avaliação: Ao longo das medidas implementadas, medidas de avaliação por meio de diálogo aberto e reuniões contínuas, os métodos propostos para a divulgação das temáticas alvo.

Troca de saberes sobre educação em saúde e humanitária
A prática de troca de saberes com a população indígena visa a permuta de conhecimentos sobre saúde humana, animal e ambiental, principalmente com foco em zoonoses e bem-estar animal, possibilitando que os pesquisadores possam reconhecer fatores de risco e discutir as melhoras formas de ação frente ao diagnóstico realizado previamente através de um instrumento de coleta de dados em desenvolvimento pela equipe de atuação.
 
Indicadores de avaliação:
Comparação dos indicadores de saúde do município antes e após o início das ações.
Questionário com a população participante.
 
 
Estudantes membros da equipe
 
Plano de atividades:
Cada estudante de graduação irá acompanhar um Médico Veterinário pós-graduandos. Pretende-se iniciar em setembro de 2021 e finalizar as ações in loco em dezembro de 2021. O projeto se iniciará com o diagnóstico e avaliação clínica dos animais, com encoleiramento dos animais negativos, eutanásia dos positivos e promoção de ações de educação em saúde in loco e posterior atividades de educação e assessoramento técnico à distância.
 
Plano de acompanhamento e avaliação:
Os Médicos Veterinários pós graduados irão discutir diariamente as ações dos estudantes.
Uma vez ao mês as professoras coordenadoras irão se reunir com os estudantes para fazer as avaliação 360 graus.

Processo de avaliação:
Auto-avaliação e avaliação 360 graus.
 
 
Informações específicas
 
Articulado com política pública: Sim
 
Vínculo com Ensino: Sim
 
Vínculo com Pesquisa: Sim
 
 
Informações adicionais
 
Informações adicionais:
As ações serão mais intensas e diárias durante o período de quatro meses iniciais do projeto. A data de início específica será definida após liberação dos recursos e se iniciará pelas áreas prioritárias. A definição das prioridades locais foi acordada entre os órgão participantes, perante o histórico de agravos de saúde coletiva, principalmente frente aos diagnósticos animais e humanos de Leishmaniose, sendo definidas três aldeias por polo base municipal
 
 




 

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