Ao longo dos anos muitas críticas são endereçadas à Universidade Pública no Brasil quanto seu distanciamento da sociedade que a cerca e financia. Estas críticas incluem aos conteúdos ministrados e os programas de pesquisa que pouca relação têm com as demandas sociais. As imputações de enclausuramento e as reivindicações da necessidade de ultrapassar os muros, entre os quais repousa, soberanamente, a elite detentora da produção e reprodução do conhecimento, constituem verdades inquestionáveis, que não se pode continuar ignorando indefinidamente, sob pena de comprometer a legitimidade da instituição. Principalmente em momentos em que esta sofre ataques de setores da sociedade.
É com esse nível de preocupação que se concebeu o presente programa, que tem como finalidade estabelecer ou aprofundar a interação da Escola de Veterinária da UFMG (EV-UFMG) com a sociedade na qual se encontra inserida. A EV-UFMG, como instituição legítima e dotada de credibilidade, tem não apenas a oportunidade mas a obrigação de estender seu espaço de atuação e o seu número de beneficiados. Desta forma, os projetos vinculados a este Programa tem como objetivo ampliar o público alvo da EV-UFMG, aumentar a visibilidade da instituição e socializar os avanços gerados em âmbito universitário. O programa se configura como espaço institucionalizado de apoio e troca de experiências e encaminhamento de demandas entre os projetos que compõem. Além de ser um forte articulador de novas propostas de extensão, ao longo dos seus mais de 14 anos de existência.
Ao longo deste tempo a proposta se renovou e mudou suas ações, conforme demandas das comunidades parceiras ou que o procuram. Atualmente articula 06 (seis) projetos. Estes se articulam em três eixos principais: a divulgação científica, o apoio às demandas de populações socialmente excluídas do meio rural e a prestação de serviços e inovação nas cadeias de produção de organismos aquáticos. Sua trajetória de mais de quatorze anos e os diversos projetos e ações que vinculou neste período mostram sua solidez institucional, bem como sua capacidade e flexibilidade para atender as mais diversas demandas do público externo, o que demonstra a articulação, interação dialógica, com a comunidade não universitária e o apoio dado a novas iniciativas.
Na perspectiva da divulgação científica o programa tem-se dedicado a produção de programas de rádio, Fala Bicho (16 anos) e Minuto no Campo (08 anos). Com um formato alternativo e linguagem de fácil acesso a todos, visam a divulgação científica e a ocupação de espaço na mídia com material educativo. A produção do Fala Bicho, cujos produtos são veiculados na região metropolitana de Belo Horizonte, suscitou o surgimento do Minuto do Campo, que tem como meta disponibilizar programas, com temática própria, a serem veiculados nas rádios do interior.
Dado sua solidez o programa foi buscado por parceiros externos, da área da aquacultura, que demandaram seu apoio. Surgiram projetos de acompanhamento de sistemas de produção e de inovação, todos articulados a disciplinas da EV-UFMG
Tendo em vistas os resultados alcançados na articulação com a política pública voltada ao atendimento das comunidades rurais, tendo como foco a agricultura familiar. A prefeitura de Conceição do Mato Dentro solicitou a construção de projeto de extensão para o município. Criou-se o COMAGRI, que tem a finalidade de articulação com diversas secretarias do município para criação de políticas públicas e também o atendimento a produtores rurais. Os resultados deste projeto suscitaram o surgimento do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável da Pecuária Bovina em Itabira-MG (SIEX 500503).
Para fins do edital PROEX nº 01/2022, solicita-se a renovação das 04 (duas) bolsas de extensão e a implantação de mais 04 (duas) bolsas, com total de 08 (oito) bolsas. Cuja distribuição entre os projetos é proposta no plano de trabalho.
Objetivo geral:
Promover a integração e cooperação institucionais da Escola de Veterinária com os mais diversos setores da sociedade mineira por meio de ações de divulgação científica e atenção as demandas de populações socialmente excluídas do meio rural. Possibilitando a articulação com a pesquisa e o ensino, inclusive criando espaços institucionais para o desenvolvimento de ações de formação em extensão. Com o fortalecimento da perspectiva acadêmica da Extensão Universitária.
Objetivos específicos:
Objetivos
1. Facultar a troca de saberes e experiências entre a universidade (E V-UFMG) e a sociedade;
2. Permitir o contato direto dos estudantes e professores da EV-UFMG com a realidade concreta, e suas diversidades regionais e locais, fomento a formação socialmente comprometida;
3. Vivenciar a problemática dos distintos grupos e movimentos sociais com os quais se estabelecerem as interações;
4. Coligir demandas para subsídio à pesquisa e ao ensino, fortalecendo a perspectiva da formação em Extensão;
5. Propiciar aos estudantes formação socialmente comprometida para atuação cidadã;
6. Proporcionar a oferta de vivências e estágios curriculares para os estudantes de acordo com o planejamento de desenvolvimento da Universidade e da Unidade;
7. Divulgar a Escola de Veterinária e a UFMG;
8. Ampliar a atuação da Escola de Veterinária e da UFMG em cidades do interior de Minas Gerais;
9. Criar alternativa de programas para rádios para cidades do interior;
10. Colaborar com comunidades socialmente excluídas para o reconhecimento a seus direitos e apoio a seus sistemas de produção;
11. Ampliar a visibilidade interna e externa a Universidade do curso de Aquacultura, facultando maior integração dos estudantes deste curso à EV-UFMG, a Universidade e a sociedade de forma mais ampla
12. Participar do esforço para a redução das desigualdades informacionais por meio de ações de Divulgação Científica
13. Fornecer atividades de assistência técnica e extensão rural
1. Facultar a troca de saberes e experiências entre a universidade (E V-UFMG) e a sociedade;
2. Permitir o contato direto dos estudantes e professores da EV-UFMG com a realidade concreta, e suas diversidades regionais e locais, fomento a formação socialmente comprometida;
3. Vivenciar a problemática dos distintos grupos e movimentos sociais com os quais se estabelecerem as interações, com destaque para populações historicamente marginalizadas do meio rural;
4. Coligir demandas para subsídio à pesquisa e ao ensino, fortalecendo a perspectiva da formação em Extensão, por meio da integração indissociável das três dimensões acadêmicas, ensino, pesquisa e extensão;
5. Propiciar aos estudantes formação socialmente comprometida para atuação cidadã, em articulação os objetivos do desenvolvimento sustentável;
6. Proporcionar a oferta de vivências e estágios curriculares para os estudantes de acordo com o planejamento de desenvolvimento da Universidade e da Unidade, com vistas especiais aos processos de formação transversal;
7. Ampliar a visibilidade da Escola de Veterinária e da UFMG, reforçando o compromisso socialmente transformador da universidade pública no Brasil;
8. Ampliar a atuação da Escola de Veterinária e da UFMG em cidades do interior de Minas Gerais, com destaque para a sua articulação com movimentos sociais e grupos socialmente marginalizados;
9. Criar alternativa de programas para rádios para cidades do interior, com a produção e envio de materiais para a reprodução de mensagens por meio de programas de rádios, com destaque a busca de articulação junto a rádios comunitárias;
10. Colaborar com comunidades socialmente excluídas para o reconhecimento a seus direitos e apoio a seus sistemas de produção;
11. Ampliar a visibilidade interna e externa a Universidade do curso de Aquacultura, facultando maior integração dos estudantes deste curso à EV-UFMG, a Universidade e a sociedade de forma mais ampla
12. Participar do esforço para a redução das desigualdades informacionais por meio de ações de Divulgação Científica;
13. Fornecer atividades de assistência técnica e extensão rural, para a Agricultura Familiar e demais povos tradicionais do meio rural.
14. Criar plataforma de cursos on line para a discussão de temas relacionados as temáticas abordadas pelos programa, com destaque especial para a o alcança dos Direitos Humanos fundamentais para as populações do meio rural.
Metodologia:
O presente Programa possui metodologia própria para atender as demandas das comunidades externas à universidade, para que os projetos e demais ações que o compõem se articulem e convirjam seus objetivos a este fim. Dada a diversidade das ações que o compõem, cada uma possui metodologia própria.
As ações vinculadas ao programa são implementadas de forma indissociável às disciplinas “Extensão em Veterinária”, “Setor Agrário e Organização Social no Brasil” e “Extensão em Aquacultura”, ofertadas pela EV-UFMG. Subsidiando ainda a proposta de disciplinas articuladas a formações transversais. Fato que contribui para o fortalecimento da formação em extensão e com os esforços de cumprir as determinações do Plano Nacional de Educação. Os estudantes ainda podem se vincular ao programa em atividades de Vivências Curriculares, tem a possibilidade da creditação curricular, e podem cumpri o Estágio Supervisionado Obrigatório, nas atividades vinculadas a esta ação.
No que tange à pesquisa as atividades desenvolvidas geram questões e dados que são analisados, tratados e divulgados no formato de resumos, resumos expandidos e artigos. Atividades que compõem o plano de trabalho dos estudantes envolvidos.
Deste modo, o Programa se articula de forma indissociável ao ensino e a pesquisa. Permite também que os estudantes possam desenvolver atividade em caráter experimental, como o desenvolvimento de novos projetos e produtos a serem disponibilizados para a sociedade. Atividade que tem os discentes como protagonistas e reforça a dissociabilidade entre as esferas acadêmicas da universidade.
Em seu contato com o público externo prima-se pelo princípio da dialogicidade, materializada nas diversas parcerias. Rejeita-se a concepção de que a universidade é a detentora do conhecimento e que deve normatizar as condutas da sociedade, em benefício de atuação que visa o questionamento, a troca, o diálogo e a construção conjunta. Mesmo princípio que se adota nos programas de rádio, que possuem linguagem propositiva que foge as concepções normativas e autoritárias. Os projetos que propõem ações conjuntas com comunidades externas, seja na atenção as comunidades de agricultura familiar ou na assistência técnica a outros sistemas de produção, também seguem esta mesma perspectiva de dialogicidade.
Como espaço institucional para a articulação dos diversos projetos permite que as informações, demandas e construções gerem subsídios para a ampliação dos resultados da extensão universitária. Os produtos gerados beneficiam rádios locais com material educativo em formato alternativo. Notadamente na defesa de seus direitos das comunidades locais mais vulnerabilizadas.
Desta forma, para superação do distanciamento com a sociedade em geral adota-se metodologia dialógica, que se pauta no acolhimento de demandas que chegam a equipe do programa. Neste aspecto, a formação da indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão e o impacto na formação dos estudantes ao mesmo tempo que as comunidades
Indicadores de avaliação:
Dada a especificidade de cada projeto que compõe este programa a avaliação dos aspectos particulares será realizada de maneira individualizada em cada um deles. Porém, o programa será avaliado segundo o número de participantes voluntários, a permanência destes nos trabalhos.
Indicadores como a quantificação dos materiais gerados (programas de rádio, número de produtores atendidos, novas demandas geradas), serão avaliados.
Os parceiros do programa também fazem a avaliação da ação, principalmente quanto ao atendimento de suas demandas e a qualidade dos materiais produzidos.
O surgimento de novos projetos e ações vinculadas também são indicadores importantes para a avaliação da extensão. Notadamente relacionada ao atendimento de novas comunidades rurais.
Porém, o principal item de avaliação do programa diz respeito ao seu impacto social, associado a dialogicidade com a comunidade externa, por meio de um processo alternativo de divulgação científica e atenção às suas demandas.
Estudantes membros da equipe
Plano de atividades:
O plano de atividade dos estudantes vinculados aos projetos e o detalhamento das atividades dos bolsistas está presente em cada um dos projetos vinculados. Aqui haverá descrição geral.
GEAF (02 Bolsas): uma bolsa destinada ao contato com os participantes e articulação com os parceiros externos e outro para o acolhimento aos recém ingressos no grupo e a organização das apresentações. FALA BICHO (02 Bolsas): os bolsistas serão responsáveis por auxiliar na correção das mensagens produzidas pelos estudantes que cursam Extensão em Veterinária, acompanharão os estudantes na gravação dos programas. MINUTO DO CAMPO (02 Bolsas): os estudantes serão responsáveis pela correção e gravação de todos os programas enviados pelos parceiros do projeto, organizará oficinas de rádio nos municípios que demandarem e envio dos programas para as rádios parceiras (fundamental para o funcionamento do projeto). INOVAÇÃO E COMPROMISSO SOCIAL (02 Bolsas): os estudantes serão responsáveis por organizar as demandas, realizar as visitas e organizar os planos de trabalhos da equipe. Os outros projetos apenas contam com a presença de voluntários.
Independente do projeto, os estudantes são responsáveis pela produção de materiais de divulgação, programas de rádio, além da publicações científicas. Na perspectiva da formação acadêmica faz parte do plano de trabalho de todos os estudantes envolvidos a realização de revisões de literatura, nas áreas de interface à Extensão Rural, comunicação, educação.
Plano de acompanhamento e avaliação:
A orientação se dá por meio de reuniões semanais com os integrantes dos projetos, que compõe a equipe do programa. As orientações são feitas durante a elaboração e locução das mensagens, o contato com as comunidades e parceiros, e quanto ao conteúdo destas. As orientações específicas constam de cada projeto. A orientação será sempre feita no sentido de garantir e ampliar a dialogicidade da Universidade com a sociedade. Os trabalhos também serão acompanhados para verificar o atendimento às demandas e aos prazos requeridos pelos parceiros. Será dada a máxima liberdade para que os estudantes possam criar e inovar, garantindo a função de formação livre da Extensão Universitária.
Processo de avaliação:
Quando as atividades são demandadas pela comunidade externa, sempre que possível, a ação da equipe será avaliada pelos próprios demandantes. Para os programas de rádio e TV a avaliação será feita com base na qualidade dos materiais elaborados. Os estudantes (sejam bolsistas ou voluntários) vinculados ao programa serão avaliados quanto a relação com as comunidades externas e os outros integrantes da equipe, sua pró-atividade e a realização das atividades propostas nos prazos determinados. Os estudantes vinculados a cada projeto serão avaliados de forma específica, uma vez que o programa articula demandas variadas de parceiros diversos.
Informações específicas
Articulado com política pública:
Sim
Vínculo com Ensino:
Sim
Vínculo com Pesquisa:
Sim
Informações adicionais
Informações adicionais:
Ao longo de seus dezesseis anos de existência o programa acolheu vários projetos executados e concluídos, que embora não façam parte do escopo de atuação da equipe geraram produtos e experiências que ainda são partilhadas. Também apoiou outras iniciativas que deram origem a novos programas. Em lugar destas ações concluídas ou que se emanciparam surgiram novas atividades, fator que mostra o aspecto dialógico e dinâmico desta ação de extensão, bem como sua solidez e inserção institucional que permitiram que chegasse aos 16 anos de existência. Hoje o programa é o mais antigo em atividade na Unidade, o alcance de suas ações e as premiações alcançadas o credenciaram como uma das referências extensionistas em sua área de atuação. Tendo se consolidado como referência também para o púbico externo.
