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Programa - 500375 - COLMEIA - GRUPO DE ESTUDOS, PESQUISA E EXTENSÃO EM ECONOMIA POPULAR E SOLIDÁRIA DA FACE/UFMG

Descrição
 
Introdução e justificativa:
O grupo Colmeia surgiu em 2014 como uma iniciativa de estudantes da Faculdade de Ciências que decidiram se aprofundar na discussão teórica e prática sobre Economia Popular e Solidária. Surgiu como um grupo de estudos e leituras, para então propor ações no âmbito da extensão e da pesquisa. Os referenciais teóricos do grupo se amparam nos estudos urbanos, outras economias (economia popular, economia social e solidária, economia plural, economias diversas) e estudos decoloniais.
Foco central do projeto, a economia popular se organiza no Brasil e na América Latina a partir de unidades domésticas (famílias, pequenos grupos de produtores, comunidades de vizinhos, grupos étnicos, entre outros), que atuam a partir de seu fundo de trabalho, tendo como objetivo central a reprodução da vida (Coraggio, 2000, 2008). Nessas iniciativas, o princípio do mercado convive com outros modos de integração econômica: a domesticidade, a reciprocidade a redistribuição (Polanyi, 2011). Os laços de parentesco e de convívio por vezes marcam interseções entre o espaço de vida e o espaço da produção (Coraggio, 2000, 2008).
A ideia de economia popular se relaciona à discussão mais ampla sobre as “outras economias”, regidas por princípios de solidariedade, sustentabilidade, inclusão e, fundamentalmente, emancipação social (Cattani et al, 2019). São diversas as categorias e conceitos considerados nessa discussão. Na Europa, o termo economia social ganha relevância ao tratar as organizações de ajuda mútua, o comércio justo, as cooperativas e associações de trabalhadores (Defourny, 2009; Laville, 2009). Na América Latina, a economia popular é realçada nos trabalhos de Coraggio (2000, 2008) e Razeto (1983, 1993) como locus da reprodução de boa parte da classe trabalhadora. Já a economia solidária é associada no Brasil a empreendimentos coletivos autogestionários, com fortes bases na economia popular (Singer, 1997, 2002; Gaiger, 2007).
Para além de sua relevância na geração de trabalho e renda, nessas organizações individuais, familiares e associativas de base popular verificamos a perpetuação e o repasse intergeracional de conhecimentos tradicionais, bem como a constante reelaboração de formas de conhecimento, de produção e de trabalho. Trata-se, portanto, de reconhecer e compreender as outras racionalidades explícitas nessas organizações, bem como sua heterogeneidade e complexidade, como potencial para a construção de alternativas de desenvolvimento.
Nesse sentido, o grupo Colmeia busca se aproximar dos grupos e das práticas econômicas populares e solidárias em Belo Horizonte e Região Metropolitana, procurando construir estratégias de extensão e pesquisa em conjunto com os atores dessas práticas, bem como associar-se à rede de movimentos sociais e organizações de apoio e fomento ligadas ao tema. A formação de estudantes também se coloca como um dos objetivos centrais, tanto pela oferta de disciplinas teóricas e práticas, quanto pela possibilidade de vivências externas ao campus, permitindo a aproximação e o diálogo entre os saberes acadêmico e popular no tema.
Após o início da pandemia do vírus covid-19, as ações do grupo migraram para os meios virtuais. Foi elaborado um catálogo de produtores de economia popular e solidária, disponibilizado no blog do grupo e nas redes sociais do Colmeia. O catálogo já se encontra na sua 6ª edição, e conta com informações de 73 empreendimentos da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além disso, iniciamos a série de vídeos “Impactos da pandemia sobre as classes populares”, voltados a produtores e outros seguidores das redes sociais do projeto. Já foram divulgados 10 vídeos no Instagram TV do Colmeia. Por fim, elaboramos e iniciamos um novo projeto, destinado ao apoio à comercialização não presencial dos empreendimentos durante a pandemia.
 
Objetivo geral:
O grupo tem como objetivo principal construir uma agenda de formações e espaços comuns dentro e fora da Universidade, a fim de compreender as práticas e os desafios da economia popular e solidária em Belo Horizonte e Região Metropolitana, bem como construir uma rede de solidariedade junto aos empreendimentos, movimentos sociais e organizações de apoio e fomento. Os projetos desenvolvidos no âmbito do Programa buscam atender a esse objetivo.
 
Objetivos específicos:
  Objetivos
- Construção de uma agenda de formação interna ligada a temas relacionados à Economia Popular e Solidária, como a questão urbana, redes solidárias, agroecologia, comércio justo, consumo solidário, pensamento decolonial e economia feminista.
- Realização de vivências junto a empreendimentos, movimentos sociais e organizações de Belo Horizonte e Região Metropolitana, a fim de compreender os espaços, as lutas e desafios em torno da questão, bem como conformar uma rede de solidariedade junto aos participantes;
- Construção de metodologias inovadoras de compreensão das práticas econômicas populares e solidárias, bem como de coconstrução de ações de fortalecimento dessas práticas;
- Realização da Feira de Economia Popular e Solidária da Face/UFMG, com periodicidade mensal na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG e em outros espaços identificados ao longo do trabalho;
- Estudo de experiências e construção de redes ligadas aos temas: comercialização via sistema de colmeia (atravessadores solidários), moedas sociais, tecnologias sociais, outros;
- Contribuir para a formação de estudantes de graduação e pós-graduação pela aproximação entre os saberes acadêmico e popular e pela elaboração de visão transdisciplinar acerca do tema;
- Divulgação aos estudantes e a todos os interessados da agenda de pesquisa e extensão e dos trabalhos basilares referentes ao tema;
- Desenvolver projetos, no âmbito do Programa, relacionados aos objetivos acima descritos.
Metodologia:
As ações do Programa Colmeia se orientam pelas diretrizes da Política Nacional de Extensão Universitária. Nesse sentido, as atividades serão estruturadas pela aproximação entre os saberes acadêmico e popular, buscando a construção de redes junto a atores da comunidade não universitária e a consequente formação de conhecimentos interdisciplinares e metodologias inovadoras relacionadas ao tema.
A metodologia adotada pelo grupo reconhece os extensionistas (estudantes, docentes, técnicos) como participantes do processo histórico-social em estudo, estando constantemente expostos ao aprendizado proporcionado pelo contato com o saber popular. Assume-se como estratégia central o olhar para as experiências, buscando ampliar sua visibilidade e sua compreensão pelos diversos grupos acadêmicos e não acadêmicos (Sousa-Santos, 2008). Do mesmo modo, a ação preza pela interdisciplinaridade, buscando conformar um grupo de estudantes e docentes de diversas áreas do conhecimento, a fim de aproximar conceitos, metodologias e práticas com objetivos afins.
De modo mais específico, a atuação do grupo é estruturada a partir das seguintes ações:
- Realização de reuniões quinzenais, quando são definidas e conduzidas as ações do grupo;
- Definição e estudo de bibliografia de referência em temas relacionados à Economia Popular e Solidária;
- Identificação e estudo de experiências ligadas aos temas, com o fim de identificar boas práticas passíveis de replicação;
- Identificação de empreendimentos, movimentos sociais e organizações de Belo Horizonte e Região Metropolitana, ligados à economia popular e solidária, e posterior realização de vivências junto a essas práticas;
- Realização de rodas de conversa envolvendo discentes, docentes, representantes dos empreendimentos, movimentos sociais e entidades de apoio, sobre os temas de interesse, bem como avaliação das ações do projeto;
- Realização de reuniões específicas dos projetos, junto a trabalhadores representantes dos grupos envolvidos, para condução e avaliação de ações;
- Realização da Feira de Economia Popular e Solidaria da Face/UFMG, projeto de longa duração que pressupõe a atuação do grupo como atravessador solidário, o que envolve a seleção e contato com os empreendimentos, auxílio em relação à logística de transporte e armazenamento dos produtos, preparação do espaço e montagem das barracas, etc.;
- Elaboração e desenvolvimento de outros projetos de menor duração, a partir da identificação de demandas junto aos empreendimentos e grupos produtivos;
- Interação com o ensino por meio da disciplina Leituras em Economia Popular e Solidária, a ser ofertada bianualmente na Face/UFMG, e outras disciplinas teóricas e de formação em extensão universitária, voltadas aos discentes dos diversos cursos de graduação e pós-graduação da Universidade;
- Articulação à pesquisa, por meio do desenvolvimento de artigos, trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses no tema.
 
Indicadores de avaliação:
As ações do grupo são avaliadas nos encontros quinzenais e também em encontros de maior duração, ao fim de cada semestre, onde são discutidos o alcance, as dificuldades e os avanços do grupo no período. Os trabalhadores e grupos envolvidos nas ações também são envolvidos nos processos de avaliação, nas rodas de conversa e em reuniões específicas no âmbito dos projetos.
Alguns indicadores considerados na avaliação das ações do grupo são:
- número de grupos e empreendimentos da economia popular e solidária envolvidos;
- número de municípios envolvidos nas ações dos projetos;
- número de trabalhadores envolvidos;
- número de feiras realizadas;
- número de ações de formação realizadas;
- número de trabalhos acadêmicos realizados/publicados;
- número de estudantes matriculados nas disciplinas ofertadas.
 
 
Estudantes membros da equipe
 
Plano de atividades:
Os estudantes envolvidos participam das seguintes atividades:
- Realização de reuniões quinzenais, quando serão definidas e conduzidas as ações do grupo;
- Definição e estudo de bibliografia de referência em temas relacionados à Economia Popular e Solidária;
- Identificação e estudo de experiências ligadas ao tema, com o fim de identificar boas práticas passíveis de replicação;
- Identificação de empreendimentos, movimentos sociais e organizações de Belo Horizonte e Região Metropolitana, ligados à economia popular e solidária, e posterior realização de vivências junto a essas práticas;
- Organização e participação em rodas de conversa envolvendo discentes, docentes, representantes dos empreendimentos, movimentos sociais e entidades de apoio, sobre os temas de interesse, bem como avaliação das ações do projeto;
- Realização de reuniões específicas dos projetos, junto a trabalhadores representantes dos grupos envolvidos, para condução e avaliação de ações;
- Realização da Feira de Economia Popular e Solidaria da Face/UFMG;
- Participação nos demais projetos realizados no âmbito do Programa de Extensão;
- Realização de entrevistas e aplicação de questionários, quando for o caso;
- Organização e sistematização de dados coletados em campo;
- Alimentação do blog e das redes sociais do grupo;
- Elaboração de relatórios semestrais a serem entregues à coordenação.
 
Plano de acompanhamento e avaliação:
Os estudantes são acompanhados e orientados durante as reuniões quinzenais e em outros momentos definidos ao longo da ação de extensão, bem como durante as vivências.

Processo de avaliação:
A atuação dos estudantes é avaliada por meio do contato individual, nas reuniões quinzenais, durante as vivências, e a partir de relatórios individuais entregues semestralmente aos coordenadores.
 
 
Informações específicas
 
Articulado com política pública: Sim
 
Vínculo com Ensino: Sim
 
Vínculo com Pesquisa: Sim
 
 
Informações adicionais
 
Informações adicionais:
-
 
 




 

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