O projeto consiste na criação de um espaço comum para pesquisa, experimentação e criação no campo tridimensional, visando estabelecer uma relação entre a arte contemporânea, o conhecimento científico/acadêmico da Universidade e os saberes e fazeres das culturas tradicionais de comunidades urbanas, rurais e indígenas. Na implantação dos espaços cobertos alternativos serão utilizados sistemas de construção vernaculares e o cultivo de plantas para obtenção de tinturas e fibras.
Com o propósito de mobilizar um grupo para trabalhar na implantação desse espaço,
a área de Escultura do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Belas Artes da UFMG, tem realizado nos últimos anos, de forma sistemática, pesquisas, experimentações e criações artísticas envolvendo professores, alunos, pesquisadores e a comunidade de um modo geral em processos e experimentos.
Todo semestre um número superior a 100 alunos frequentam os ateliês. A grande procura e a demanda por espaços e recursos apropriados para a continuidade das ações em andamento nos levaram a elaborar uma proposta de readequação e requalificação destes espaços, em um trabalho conjunto envolvendo alunos, professores e os grupos de pesquisa por eles coordenados com o propósito de conectar-se aos espaços e dotar, com estruturas adequadas, os espaços externos e as áreas adjacentes dos Ateliês de Escultura transformando-o em um espaço diferenciado.
A proposta pretende atender a essa demanda com o intuito de ampliar o leque de possibilidades e proporcionar espaços para aprofundar os conhecimentos, desenvolver pesquisas relacionadas à tecnologia dos materiais, processos técnicos e sistemas de produção. Têm sido ofertadas, regularmente, várias disciplinas optativas como: “Estrutura para o Fazer” e “Técnicas Construtivas” além de disciplinas de Formação Transversal/Saberes Tradicionais.
Objetivo geral:
O objetivo é trabalhar vários campos do conhecimento envolvendo pessoas de diferentes localidades, artistas pesquisadores e professores, a comunidade acadêmica e a sociedade como um todo na criação de grupos de trabalho, pesquisa, experimentação e criação.
Objetivos específicos:
Objetivos
O projeto pretende construir lugares desenhados pelas pessoas, compartilhando as visões e pensamentos não só das técnicas, mas também de vidas. A adequação e revitalização dos espaços no entorno será feita através do cultivo de plantas, impactando diretamente na maneira com que as pessoas utilizam este espaço, de uma maneira sustentável.
Metodologia:
A metodologia consiste em trabalhar a inter-relação entre a pesquisa e atuação prática fundamentada na experiência de trabalho coletivo e colaborativo; realizar ações compartilhadas junto aos alunos das oficinas/ aulas cujo programa contempla a aplicação do conhecimento e experimentação necessários para as ações propostas
Essa atuação será baseada em oficinas, palestras, debates, encontros, exposições e práticas artísticas que se beneficiarão do uso do local em questão.
Como parte dos resultados espera-se uma maior integração entre extensão, ensino e pesquisa, compartilhando as pesquisas e experiências por meio de oficinas abertas, apresentações, seminários e mostras coletivas e individuais no intuito de estabelecer aproximações e diálogos entre a Universidade e a sociedade. Espera-se também como resultado do projeto a publicação, em mídia impressa e eletrônica, de textos e imagens produzidos com a finalidade de registro análise e crítica do processo e resultados.
Serão realizadas exposições, seminário e apresentações públicas envolvendo os participantes. As oficinas/aulas abertas serão ministradas em disciplinas por meio de aulas expositivas, aulas de campo e atividades práticas, com o conteúdo específico a ser trabalhado e empregado na implantação do espaço.
Indicadores de avaliação:
Relatório das atividades, mediante apresentação de material de divulgação e registro fotográfico.
Estudantes membros da equipe
Plano de atividades:
CONSTRUÇÃO COM TERRA CRUA
O espaço casa, de experimentação e criação artística terá como referência as Técnicas de Construção com Terra Crua, o adobe, o pau-a-pique, a taipa de pilão, telhas e trançados, harmonizados em suas funções,, onde o manuseio da terra, da cerâmica, das tintura dos trançados e tecidos com fibras são estruturantes.
Paralelo ao espaço casa surge a proposta da criação de um jardim tintóreo com o cultivo de ervas e flores para obtenção de tinturas e fibras para produção de papel, tecido e trançados onde, as plantas serão agrupadas por cor, seguindo os princípios das “plantas companheiras”. Para cada cor a planta certa.
É também nosso propósito adotar sistemas de cultivo auto suficiente, natural, orgânico e sustentável com mínimo de impacto ambiental, que extrapole as limitações das culturas sazonais e a dependência da mão de obra continua. Esses processos já estão em estagio avançado de pesquisa e experimentação. Tão logo sejam concluídas as pesquisas pretendemos implantá-los nos canteiros para cultivo das plantas para obtenção de tinturas e fibras.
Será desenvolvido o processo de coleta responsável sem danificar a matriz retirando apenas o necessário, buscamos dessa forma uma sincronia entre as tecnologias e os sistemas de produção artesanais das culturas tradicionais e as pesquisas científicas e acadêmicas. Dessa forma acreditamos poder envolver de uma forma mais ampla, técnicos e pesquisadores de áreas afins, comunidade externa, grupos de artes
Plano de acompanhamento e avaliação:
Serão realizadas reuniões e encontros para discussão e sistematização das ações a serem desenvolvidas assim como para a produção do evento. O acompanhamento das ações será feito mediante relatório e documentação fotográfica do processo.
Processo de avaliação: A avaliação será feita mediante apresentação de relatório e registro fotográfico das atividades realizadas